Para um dia tropical chuvoso

Eu acordei mais cedo do que o normal hoje. Era a minha mãe que chegava no quarto e dizia:
- Evinha, já viu a rua?
A vontade, óbvio, era dizer:
- Mãezinha do meu coração, já que eu estava dormindo, como, sem o poder da vidência, poderia ter visto a rua??
Mas apenas olhei para ela com uma face desconcertada. Ela continou:
- Deus me livre de ir pra hidroginástica hoje, vou é dormir!
Com isso sim eu me assustei. Em pleno verão, minha mãe acorda muuuuito antes da hora da hidro e me diz que não vai. Levantei e fui olhar a rua...ou a água, melhor dizendo. Pois bem, enquanto eu dormia tranquila e pesadamente (como poucas vezes acontece) choveu horrores no Hellcife!! E eu acordei ilhada. Sim, sim.

Todas as ruas ao redor do meu prédio estavam alagadas, uma beleza! Apesar de morar a 10min. a pé do trabalho, sair de casa era inviável. Acordei, fui tomar meu banho, trocar de roupa, comi e nada da chuva passar. Cheguei no trabalho às 10h30 da manhã, que foi quando a chuva deu uma trégua aqui em BV e eu pude finalmente jogar os cachos e sair da minha torre. Mas fiquei pensando no Recife chuvoso, sem sol..alagado...em janeiro! Nossa! Daí me lembrei desse filme (curta-metragem) de Kleber Mendonça Filho, Recife Frio, que fez o maior sucesso ano passado e chegou a ganhar 40 prêmios em festivais de cinema nacionais e internacionais.

Imagem da Beira Rio pernambucana no filme Recife Frio

Eu fiquei bastante curiosa sobre esse filme depois de todo o buruçú a respeito, mas ainda não vi. Ele mostra a capital pernambucana daqui a alguns anos, durante uma inexplicável mudança climática que baixa a temperatura da cidade para 0ºC. Imaginem gente??? Para as fashionistas é a glória né? Usar aquelas botas de montaria européias e se jogar nos mantôs missoni hahahahahahah
Mas o filme é mais sério do que isso. Ele aborda e brinca com a mudança de hábitos típicos pernambucanos e com a revolução no cotidiano das pessoas.

D. Lia de Itamaracá fria!

Elogiadíssimo pela crítica o filme traz cenas e personagens típicos da cultura pernambucana, mas também traz pinguins filmados na África do Sul pelo diretor Kléber Mendonça Filho!

"Kleber faz troça sem cair na gracinha ou gratuidade. É a “armadilha” do filme: o humor vem não necessariamente de uma graça representada e encenada, ou na busca pela piada de timing “certeiro”. Ela toma forma no acúmulo de informações que circulam sobre o Recife, desconstruindo esse manancial de referências na chave da fantasia e com absoluta desenvoltura". Marcelo Miranda


Phyno né?

O DVD está a venda na Livraria Cultura, creio que pela bagatela de R$16,00! Vale ressaltar que foi produção independente, então, vamos incentivar o nosso cinema né gente? Eu gostei, quero ver! Alguém já viu pra me falar??

Kus!! ***